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Uma semana após incêndio, Marcopolo retoma produção

Fogo destruiu componentes plásticos usados na fabricação de carrocerias de ônibus  (Foto: Reprodução / Agência RBS)

 

Parte dos moldes dos componentes plásticos utilizados na fabricação de carrocerias de ônibus da Marcopolo voltou a ser produzida. Pouco mais de uma semana após o incêndio que destruiu a unidade de plásticos no complexo de Ana Rech, em Caxias do Sul, a fábrica firmou parceria com pelo menos cinco empresas do segmento na cidade.

A Plasmosul está entre elas. O diretor administrativo Mateus Bertolini Sonda afirma que já reestruturou sua empresa para atender à demanda da maior fabricante de carrocerias de ônibus da América latina. Realocou 20 funcionários, contratou outros sete e três trabalhadores da Marcopolo estão dentro da empresa supervisionando os trabalhos. Sonda informa que a linha de produção envolve, inicialmente, 160 modelos de peças. Dessas, entre 60 e 100 devem ser entregues até o dia 22 de setembro.

– Nossa preocupação é de que a empresa não pare de produzir. Estamos juntos neste recomeço e queremos que a Marcopolo volte à normalidade o mais breve possível. Não queimou apenas um prédio. Queimou a história da empresa – destaca Sonda.

O diretor da Elobras Indústria de Plásticos, Ivan Chemello, informa que tem parceria com a Marcopolo há 26 anos. Agora, intensificou esta parceria e duplicou a produção de peças de fibra de vidro para atender à demanda da fabricante de ônibus. Ele preferiu não divulgar números, mas assegura que está contratando novos trabalhadores para ajudar na produção.

Agrale à disposição – O diretor-presidente da Agrale, Hugo Zattera, disse na tarde de ontem (11) que colocou à disposição a fábrica número três da empresa para a Marcopolo instalar equipamentos e retomar a produção. O pavilhão tem 17 mil metros quadrados e pode operar com pelo menos 600 trabalhadores.

– Estamos ajustando detalhes, construindo uma solução, como legislação trabalhista, transporte, energia. Temos uma parceria com a Marcopolo de quase 20 anos e queremos que ela retome a produção imediatamente – destaca Zattera.

Na fábrica, devem ser produzidas peças de fibra de vidro, e boa parte dos funcionários dispensados deve atuar nesse espaço.

A Plásticos Carajás também entrou na corrente de parcerias. Parceira da Neobus há 17 anos, trabalhava com capacidade para 90 funcionários. Na semana passada, contratou outros 20. E pretende contratar mais conforme a necessidade. A empresa funcionou durante todo o feriadão de Sete de Setembro nos três turnos para dar conta da produção.

O diretor da empresa, Anselmo Wagner, informa que já foram feitos 10 moldes grandes de peças de plástico e de fibra de vidro para as carrocerias internas dos ônibus. A expectativa é de que a linha de produção aumente na próxima semana.

Menos fumaça – O CEO da Marcopolo, Francisco Gomes Neto, disse ontem ao Pioneiro que o cenário atual é de menos fumaça. Ou seja, as perspectivas estão mais claras, e as luzem começaram a acender. Segundo ele, o comitê, formado por diretores, frentes de trabalho e funcionários, já visualizou várias possibilidades e continua focado no recomeço total da produção.

– Já sabemos, por exemplo, quais moldes precisam ser reproduzidos e já temos parceiros fazendo este trabalho – destaca.

Ele também afirmou que novos equipamentos foram comprados e devem chegar a Caxias até o final desta semana. O foco, informa, é onde instalá-los. A fabrica 3 da Agrale é uma das alternativas.

Funcionários – A volta dos 4,5 mil trabalhadores dispensados temporariamente também está garantida para a próxima segunda-feira. Gomes Neto não garantiu que todos eles já serão realocados nesta primeira etapa. Portanto, existe a possibilidade de férias coletivas para parte deles.

– Esta possibilidade não está descartada, já que não temos banco de horas.

Ele reforçou, no entanto, que não há previsão de demissões.

– Estamos montando uma programação de como será o retorno desse pessoal. Até segunda-feira deveremos ter isso definido – ressaltou.

A empresa tem pedidos que precisam ser finalizados até o final do mês. Vários contratos estão sendo renegociados. Também estão sendo negociadas novas parcerias com empresas. Entre elas, a Acrilys.

Texto: Ivanete Marzzaro

Fonte: Portal Pioneiro